e abrir as portas à solidão,
sem ninguém em meu caminho
que me recorde uma paixão
Ligo a vitrola e ponho um disco
que me ajude a aceitar
a rejeição que insisto
em perseguir sem cessar
Agora estou a chorar
em meu quarto, ocioso,
por não saber como encerrar
este círculo vicioso
É difícil decifrar
os mistérios de uma mulher,
ocultos no doce olhar
que é a resposta para o que ela quer
A resposta foge à minha percepção,
confusa com o sentimento
entorpecida pela atração
que me desperta o encantamento
Chego sempre atrasado
nos femininos corações;
da rejeição estou cansado
fazem-me mal as paixões
Agora só quero repousar
no seio de mais uma ferida,
tentando aprender a lidar
com uma presença feminina
Depois de tantas decepções
ainda há quem me questione
o motivo de minhas ilusões
com um passado tão insone
O presente me foi hostil
renegando minha presença
em sua dimensão tão vil
Já o passado me acolheu
caloroso em seus braços,
calando um adeus
amenizando meu cansaço
Nesse mundo já inexistente
eu descanso meu coração,
sempre em busca de um silente