Ver-te
solta em si
Sorrindo
sem me notar
É
algo sublime;
Sublima
minhas certezas
Na
enfumaçada embriaguez
Do
meu vigésimo cigarro.
Teus
beijos suculentos
Texturas
de desejos
Tu
dás em outras bocas
Insanas
e loucas;
Beijar-te
seria conhecer
O
que homens e mulheres
Quiseram
um dia te oferecer.
Eu
alimento minha ilusão
Com
algumas poucas migalhas,
Um
meio sorriso, um quase beijo,
Em
que meus lábios sedentos
Roçam
o canto da tua boca, úmida
Da
saliva de outrem.
Mãos
que não são minhas
Percorrem
teu corpo quente;
Uma
espessa barba qualquer
Desliza
no teu pescoço,
Enquanto
eu fumo de longe
Meu
vigésimo primeiro cigarro,
Perturbado
pelas espirais.
Edvard Munch, "Jealousy" (1895)
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