A sua bela aliança
que reluz na sua mão
insiste com altruísmo
em provocar meu mau gênio,
a perturbar meu lirismo,
desorientando as musas
que inspiram-me a redigir
versos trôpegos e tristes
que ocasionalmente são
dedicados a você.
Edvard Munch, "Jealousy", (1896)
quinta-feira, 13 de agosto de 2015
domingo, 2 de agosto de 2015
Canção do Exílio Final
Minha
terra tem pântanos
Onde
canta o carcará
Os
lamentos que aqui ouço
Não
os ouço como lá.
Meu
céu tem mais neblina
Minhas
várzeas mais ardores
Meus
bosques têm mais mistérios
Minha
jornada mais horrores.
Em
vagar sozinha à noite,
Mais
temor encontro lá;
Minha
terra tem desertos
Onde
se perdem os condenados.
Minha
terra tem odores
Que
tais não sinto cá;
Em
cobrar sozinha à noite,
Mais
ventanias encontro lá;
Minha
terra tem pesares
Onde
canta o ser pútrido.
Não
permita, patrão, que eu viva;
Para
que eu sempre fique lá
A
desfrutar das paisagens
Lúgubres
em sua existência,
E
que sempre possa ouvir
A
sinfonia das almas a pedir clemência,
Pois
eu sou a dívida
Que
todos devem pagar,
Que
ninguém pode evitar;
Tome
cuidado, pois a Morte pode agora
Sua
pendência cobrar.
Eco
Ouço
de forma nítida
Os
acordes lascivos
Da
tua voz sutil
A
ecoarem opacos
Pelos
salões pulsantes
Do
meu coração vívido
Que
sangra comedido
À
espera talvez
Do
frenesi incessante
Que
perturbado sente
Ao
contato enlevado
Com
o calor erógeno
Da
tua tez abstrata.
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