Vivo dizendo que te odeio
Mas a verdade é que te desejo,
Quero afogar-me em teu seio
Apertar-te contra meu peito
Largar-te sedenta em meu leito
E por fim dar-te um beijo
Por mais que me cause repulsa
Tua carne fogosa,
Em momentos a paixão convulsa
Renasce fervorosa
De tal modo ardilosa,
Que se torna venenosa
Invade meu pensamento
E retoma meu tormento,
Ateando fogo à minha amargura
Que em brasa eu deixara
Exumando a tortura
Que resoluto eu enterrara
E tu com este olhar
Destinado a me provocar,
O aroma de tuas madeixas
Calando minhas queixas...
Teu corpo é um paraíso
Do gozo e do riso!
Não tenho mais esperança de resistir
Ao teu feitiço mortal,
Só quero agora ouvir
Teu ronronar imoral,
Quero em teus braços cair,
Queimar-me no teu calor infernal
Enfim, tomei minha decisão
Consumaremos de vez essa atração,
Meu corpo ao teu apertado
Numa sinfonia de gemidos
De beijos e libidos,
Teus lábios nos meus
Num ritual pagão
Dois corpos ateus
Rendidos à paixão
Num olhar de ternura
Sinto que a mim estás unida,
Onde deixamos esquecida
Nossa amarga amargura
Em nossa jovial aventura
Preenchemos a solitude,
E num esgar de loucura
Atingimos a plenitude.
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