Em todos os longos dias
da semana
percorre
em meu amorfo coração
uma
paixão ardilosa e leviana,
que
me afana a soberana calma
d’alma,
há muito conquistada
e
pleiteada, com afinco
pelo
zinco do meu cérebro
analógico
e incapaz
de
conter uma emoção
de
rapaz sentimental.
Um
agudo desejo, sacana
e
intransigente, mente.
Me
engana de maneira
brejeira
e eloquente;
alcançar
teu nirvana
é
a meta do meu ego,
sem
espaço para meio-termo
tampouco
satisfação mediana.
Quero
tua alma de cigana
e
tua astrologia libriana,
que
me distrai numa gincana
marota
e anafórica
da
tua amarga recusa;
dê-me
logo uma oportunidade
de
misturar-me à temperatura
insana
da árida savana
dos
nossos corpos sinestésicos,
mutuamente
analgésicos,
num
anafilático choque
de
viscoso prazer.
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