Dorme
a noite em seu leito de sonhos desfeitos
Feito
o navio que de tão brutalmente imenso
Não
se esparrama nos laguinhos diversos
Onde
a vida ferve em sorridentes sonhos
Que
acalentam o desespero cego
De
quem só enxerga a luz de fora
E
apaga a de dentro.
Boceja
a noite em seu leito de letargia
Onde
crianças amarrotam os lençóis
E
ronronam fantasias impossíveis
Sobre
um mundo de impossíveis verdades
Crianças
que veem cores e matizes
No
vento e se deixam levar pela brisa
Rumo
ao tudo que constroem
A
partir do nada que sabem
Acorda
a noite num aquecido embalo
Que
seca os lagos docemente
Faz
suar as crianças imaginárias
Que
despertam seus amigos concretos
Iniciam
sua roda-viva perene
Impulsionam
a roda-viva dos pais
E
vivem na dialética solar
A
ansiar pelo repouso que não virá.
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