Ai de mi, minha adorada
Se te vires por outro apaixonada
Minha mente está cansada
De te ver assim, deslumbrada
Ai de mi, minha querida
Se te vejo desprotegida
- Vem pra minha guarida,
Vem alegrar minha vida!
Ai de mi, minha flor
Se não puder dar-te o amor
Que sei que dás valor,
Mas não correspondes com fervor
Ai de mi,minha menina
Que sabe ser mulher
Essa é a nossa sina:
- Amar quem não nos quer...
sábado, 28 de março de 2015
sexta-feira, 27 de março de 2015
Vilancete
Dos
cabelos se desprende
Uma lasciva tentação;
O
desejo da estação
Tua
risada deliciosa
De
teus lábios tão sensuais
Extrovertidos
e carnais,
Emana
uma voz maviosa;
Meu
ser só e diminuto
Precisa
do teu calor,
Do
sumo do teu sabor
Dos
quatro lábios argutos.
Encobre
os ombros despidos
As
madeixas, esvoaçadas,
Que
emolduram, aguçadas,
Teu
belo rosto esculpido;
Ostentas
terna ilusão
No
cabelo aveludado,
Rubra
rosa é teu fardo
E
o desejo da estação.
segunda-feira, 16 de março de 2015
Paradoxo
Minha vida é bastante misteriosa
Numa noite sou rei
Um mulato todo prosa
E na outra um fora da lei
Enamorado com uma loira graciosa
Minha vida é bastante sem graça
Um dia sinto um coração
Que se enlaça
Noutro dia
Ouço um samba-canção
Que retrata uma desgraça
Minha vida é bastante feliz
Numa tarde dou o amor
Tal qual um chafariz
E na outra sou a sombra da dor
Concretizada por um mero giz
Minha vida é uma paixão bastante obtusa
Em que meu coração é um tesouro
Procuro Aretusa, para que ela o transforme
Em um pomo de ouro
Minha vida é bastante ardilosa
Arguta e poderosa
Que transforma a dor de um amor
Em uma simples rosa.
Pintura de Neil Edward e Hadley Newman
Numa noite sou rei
Um mulato todo prosa
E na outra um fora da lei
Enamorado com uma loira graciosa
Minha vida é bastante sem graça
Um dia sinto um coração
Que se enlaça
Noutro dia
Ouço um samba-canção
Que retrata uma desgraça
Minha vida é bastante feliz
Numa tarde dou o amor
Tal qual um chafariz
E na outra sou a sombra da dor
Concretizada por um mero giz
Minha vida é uma paixão bastante obtusa
Em que meu coração é um tesouro
Procuro Aretusa, para que ela o transforme
Em um pomo de ouro
Minha vida é bastante ardilosa
Arguta e poderosa
Que transforma a dor de um amor
Em uma simples rosa.
Pintura de Neil Edward e Hadley Newman
sábado, 14 de março de 2015
Esperança
Antes, floria alegre a roseira,
os botões nasciam para a luz
com a esperança brejeira
que à vida conduz.
Nas manhãs ensolaradas,
o jardineiro acordava disposto,
logo saindo de sua morada
para assumir o seu posto
Sorria contente ao mirar
a sua maior paixão,
passava o dia a cuidar
das rosas de seu coração
Mas o tempo é cruel,
faz a luz sombrear,
sopra ao vento o fel
que faz a vida definhar
Todo o brilho se perdeu,
a tempestade havia se instalado,
a roseira envergou
não aguentou mais o fardo
As rosas foram murchando
e o jardineiro se entristecendo,
só a esperança foi ficando,
uma luzinha fraca, sobrevivendo.
Porém, até a esperança um dia se extinguiu.
O jardineiro definhou
e a alegria se esvaiu;
a Vida se acabou.
Porém, junto à última morada
do simples jardineiro,
restou uma só rosa desgastada:
a esperança de um Amor altaneiro.
os botões nasciam para a luz
com a esperança brejeira
que à vida conduz.
Nas manhãs ensolaradas,
o jardineiro acordava disposto,
logo saindo de sua morada
para assumir o seu posto
Sorria contente ao mirar
a sua maior paixão,
passava o dia a cuidar
das rosas de seu coração
Mas o tempo é cruel,
faz a luz sombrear,
sopra ao vento o fel
que faz a vida definhar
Todo o brilho se perdeu,
a tempestade havia se instalado,
a roseira envergou
não aguentou mais o fardo
As rosas foram murchando
e o jardineiro se entristecendo,
só a esperança foi ficando,
uma luzinha fraca, sobrevivendo.
Porém, até a esperança um dia se extinguiu.
O jardineiro definhou
e a alegria se esvaiu;
a Vida se acabou.
Porém, junto à última morada
do simples jardineiro,
restou uma só rosa desgastada:
a esperança de um Amor altaneiro.
domingo, 8 de março de 2015
Façamos um Brinde (Quase um Tango)
Você, que se senta ao meu lado,
beba comigo, façamos um brinde
aos nossos sonhos desfeitos.
Viremos a taça de uma só vez
purgando a amarga desfaçatez
que nos maltrata o coração
Vamos, sorria meu amigo
que hoje eu lhe convido
para nos embriagar,
ironizemos as cabrochas
que nos fizeram de trouxas
e estão por aí a vagar
Não importa quanto tempo esperemos
Não importa quantas mulheres queremos,
são todas iguais
fúteis, banais,
prontas para nos iludir e,
sem pensar duas vezes, trair
Fume, mantenha aceso teu cigarro,
veja as espirais da fumaça
amenizarem tua desgraça
nesta hora de torpor,
aproveite, que o bar já vai fechar
e aqui não poderás mais ficar
Ande por todas as ruas
que um dia foram tuas
e que agora são fel;
esqueças junto a outras mulheres
aquela que ainda queres
com um amor tão cruel
Não importa o quanto sofreremos
Não importa o quanto choraremos,
elas não se importarão;
almas vazias de sentimento
prolongarão este sofrimento
enquanto sentirmos paixão
Ao final, vá para casa,
não há nada como o lar
para esquecer de vez alguém
que não se deveria amar;
leia um bom livro
ao som de um gramofone a chiar
Faça com que tua dor
seja teu maior valor,
tenha coragem e esperança
e no sorriso de uma criança
encontre forças para viver bem
não amando a mais ninguém.
Pintura: "O Grande Bar", óleo sobre tela de Alberto Sughi
beba comigo, façamos um brinde
aos nossos sonhos desfeitos.
Viremos a taça de uma só vez
purgando a amarga desfaçatez
que nos maltrata o coração
Vamos, sorria meu amigo
que hoje eu lhe convido
para nos embriagar,
ironizemos as cabrochas
que nos fizeram de trouxas
e estão por aí a vagar
Não importa quanto tempo esperemos
Não importa quantas mulheres queremos,
são todas iguais
fúteis, banais,
prontas para nos iludir e,
sem pensar duas vezes, trair
Fume, mantenha aceso teu cigarro,
veja as espirais da fumaça
amenizarem tua desgraça
nesta hora de torpor,
aproveite, que o bar já vai fechar
e aqui não poderás mais ficar
Ande por todas as ruas
que um dia foram tuas
e que agora são fel;
esqueças junto a outras mulheres
aquela que ainda queres
com um amor tão cruel
Não importa o quanto sofreremos
Não importa o quanto choraremos,
elas não se importarão;
almas vazias de sentimento
prolongarão este sofrimento
enquanto sentirmos paixão
Ao final, vá para casa,
não há nada como o lar
para esquecer de vez alguém
que não se deveria amar;
leia um bom livro
ao som de um gramofone a chiar
Faça com que tua dor
seja teu maior valor,
tenha coragem e esperança
e no sorriso de uma criança
encontre forças para viver bem
não amando a mais ninguém.
Pintura: "O Grande Bar", óleo sobre tela de Alberto Sughi
Vício de Você
Meu bem você me dá dor de cabeça,
vestindo fantasias de cama e mesa...
Irritada de ódio
de tanto a gente se xingar
de tanto imaginar o divórcio
Entre nós não há nenhuma empatia
em casa, no mercado, na cama vazia
Vício de você
de tanto a gente se xingar
de tanto imaginar o divórcio
Nada pior do que ver sua cara,
só faz irritar, perturbar, meu viver!
Nada pior do que ver sua cara,
só faz irritar, perturbar, meu viver!
Paródia da canção "Mania de Você" (Rita Lee).
vestindo fantasias de cama e mesa...
Irritada de ódio
de tanto a gente se xingar
de tanto imaginar o divórcio
Entre nós não há nenhuma empatia
em casa, no mercado, na cama vazia
Vício de você
de tanto a gente se xingar
de tanto imaginar o divórcio
Nada pior do que ver sua cara,
só faz irritar, perturbar, meu viver!
Nada pior do que ver sua cara,
só faz irritar, perturbar, meu viver!
Paródia da canção "Mania de Você" (Rita Lee).
sábado, 7 de março de 2015
Sinfonia Orquestrada
Eis que surge o regente
Diante de um público respeitável
Penetrando nossa mente
Com seu latim execrável.
Na hierarquia dos instrumentos
Sempre há quem fale mais alto,
sufocando nossos pensamentos
um por um, de assalto.
De um acorde arcaico
A criação do mundo se fez,
acolhendo um povo laico
e suprimindo sua altivez.
Com uma refinada melodia
Inicia-se o primeiro ato;
Um arremedo de epifania
Que provoca o desacato
As famílias se entrecortam
Submissas à mão do mestre;
manda quem empunha a batuta
e quem tem instrumento obedece.
E no final da sinfonia cerram-se as cortinas,
aplaudimos então,
Por não termos poder de vaia!
Participações de Anthony Clint e Gabrielly Almeida.
Arte: "A Orquestra", óleo sobre tela de Dionísio Weschenfelder
Diante de um público respeitável
Penetrando nossa mente
Com seu latim execrável.
Na hierarquia dos instrumentos
Sempre há quem fale mais alto,
sufocando nossos pensamentos
um por um, de assalto.
De um acorde arcaico
A criação do mundo se fez,
acolhendo um povo laico
e suprimindo sua altivez.
Com uma refinada melodia
Inicia-se o primeiro ato;
Um arremedo de epifania
Que provoca o desacato
As famílias se entrecortam
Submissas à mão do mestre;
manda quem empunha a batuta
e quem tem instrumento obedece.
E no final da sinfonia cerram-se as cortinas,
aplaudimos então,
Por não termos poder de vaia!
Participações de Anthony Clint e Gabrielly Almeida.
Arte: "A Orquestra", óleo sobre tela de Dionísio Weschenfelder
segunda-feira, 2 de março de 2015
Arcos do Triunfo
Desde
os fios dos cabelos longos
até
o arco dos pés pequenos,
sinuosa
tu és.
Convexos
são teus seios rijos
e
os olhos castanhos amendoados
por
demais ousados.
Minhas
mãos arrepiam-se
ao
sentir a curva do teu ventre macio,
convidativo,
porém fugidio.
Teus
pés são como os pães frescos
que
costumo comer no desjejum,
com
uma modesta dose de rum.
É
divino enfim imaginar por horas a fio
o
sabor agridoce do vale
que
trazes entre as coxas roliças,
protegido
pela côncava virilha
que
meus lábios querem percorrer,
descendo
até a panturrilha.
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