quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Relicário

Tua volúpia tão insana
hoje anda oculta no ocaso
a inspirar o meu parnaso,
pleno de intenções profanas

Ao meu toque saudosista
tua carne se contrai;
no relevo que me atrai
nem ouso pousar a vista

Sinto teus olhos em mim
e o coração solitário
a salvo em um relicário

Na escuridão dos teus olhos
quero cegar meus sentidos;
pena que estão tão cansados...


























Pintura: "La Baigneuse de Valpiçon" (1808), de Jean Auguste Dominique Ingres.

Nenhum comentário:

Postar um comentário