sábado, 4 de outubro de 2014

Spleen e cigarros

O que mais me entristece ultimamente
é a falta da tua presença marcante,
que me acalmava de um jeito dolente
me entretendo com tua silhueta excitante

Meus dias reduzem-se a nada;
entre cigarros e inércia adoeço,
vitimado por minha paixão rejeitada
cujo vácuo em meu âmago não esqueço

Abro as janelas, e a luz intensa
que invade meu cômodo omisso
só faz reavivar a crença
da divindade de teu sorriso

Nada que eu faça para entreter-me
pode varrer de mim a sensação
de teus beijos doces a derreter-me
que só fermentavam minha ilusão

Só me resta sozinho esperar
pelo dia em que voltarás sorrateira,
disposta a minha solitude esmagar
assim que entrares por minha soleira

E enquanto não sinto teu ser
se aproximando dos meus sentidos,
fumo, esperando te ver
plena, em meu infinito esquecido.















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