terça-feira, 24 de novembro de 2015

Labuta

Dorme a noite em seu leito de sonhos desfeitos
Feito o navio que de tão brutalmente imenso
Não se esparrama nos laguinhos diversos
Onde a vida ferve em sorridentes sonhos
Que acalentam o desespero cego
De quem só enxerga a luz de fora
E apaga a de dentro.

Boceja a noite em seu leito de letargia
Onde crianças amarrotam os lençóis
E ronronam fantasias impossíveis
Sobre um mundo de impossíveis verdades
Crianças que veem cores e matizes
No vento e se deixam levar pela brisa
Rumo ao tudo que constroem
A partir do nada que sabem

Acorda a noite num aquecido embalo
Que seca os lagos docemente
Faz suar as crianças imaginárias
Que despertam seus amigos concretos
Iniciam sua roda-viva perene
Impulsionam a roda-viva dos pais
E vivem na dialética solar
A ansiar pelo repouso que não virá.

















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