domingo, 6 de dezembro de 2015

não tem título

este poema não tem nenhum propósito
para existir
não há nada de interessante nele
e também não há nada
de interessante na rotina
de quem o está escrevendo
- no caso eu –
apenas gasto a tinta dessa caneta
que comprei não sei onde
e paguei não sei quanto
escrevo qualquer coisa com essa caneta
preta
para estancar de alguma forma amorfa
essa noite piegas que passo em
branco

mas tem uma coisa muito engraçada
você que lê essa porcaria
certamente não tem nada melhor pra
fazer
e isto
iguala você a mim, veja só!
então faça um favor a si mesmo
e pegue uma caneta
não precisa ser preta e nem precisa ser uma caneta
na verdade
e escreva a porra que quiser
não precisa ser no papel, paredes e muros servem
e aprenda a esvaziar-se de sofás
e decassílabos

você vai ver como vai sorrir
e gargalhar até, se for dos mais
extrovertidos
quando perceber que o propósito desse
pseudo – poema
é fazer você chegar até aqui
e não colocar um ponto final









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