domingo, 6 de julho de 2014

Bus Stop

Foi como um vento do passado:
Quando dei por mim
Estávamos sozinhos, lado a lado,
Simples assim,
Um passado que nunca terá fim
E que ironicamente nunca existiu.

Você falava de coisas sem importância,
Sobre o ônibus ou sobre a prova de português
E eu ouvia tudo e, na minha ânsia,
Olhava os seus lábios como que na primeira vez
Primeira vez que nunca tive,
Porém meu desejo ainda vive.

Eu sorria e te fazia gargalhar
Somos amigos, além de tudo,
Além da minha vontade de beijar,
abraçar e amar você,
Mas você insiste em fugir de mim
Somos amigos, além de nada.

De repente, das profundezas do trânsito
Surge meu ônibus proletário:
Antes de embarcar, olho pra você mais uma vez
E sinto a esperança lentamente morrer,
Mas desconfio que não é a esperança,
E sim eu mesmo, morrendo aos poucos.
















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