quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Lágrimas Celestes

Chove sem parar
na rua lá fora,
e cada gota espelhada
reflete minha dor de outrora.

Chuva que bate todo o tempo
no alumínio de minha janela cerrada,
tenha piedade de um sujeito
cuja alma já não aguenta
ser de tal forma espezinhada!

São todas lágrimas celestes
de um céu não mais tão atraente:
Inferno na terra é o que me trazes,
torturando-me com um amor ausente...

As nuvens negras de fracasso
me engolfam suavemente,
com o aroma agridoce
da amargura onisciente

Acendo as luzes e vejo,
no espelho, a palidez de minha face:
caveira sem vida, exangue,
vítima de si mesmo, caçoado
por verdadeiras lágrimas de sangue.

Nenhum comentário:

Postar um comentário