sábado, 9 de maio de 2015

Gratidão

Vês que estrago fizeste
Em meu pobre coração?
Quando simplesmente cometeste
Entre escárnios uma traição?

Admire a úlcera cavada
Por tua cínica ilusão,
E aplauda a alma esfacelada
Por tua tórrida destruição!

Hoje tu desprezas
Quem mais te ama,
Amanhã meu canto é reza
Pra esfolar tuas escamas!

Tu não perdes por esperar
Minha singela retribuição,
Nem pense em escapar
Do ódio da paixão!

Minha ira em ti cairá
Até a eternidade ter fim,
E minha boca te amaldiçoará
lançando mil pragas ruins

Mas não temas, meu amor
Serei breve, juro,
Pois diante da tua perfídia,
Ainda sou o mais puro.




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